quarta-feira, setembro 09, 2009

Barrancos é minha Terra

Barrancos


Barrancos recebe galardão Espanhol

"Como reconhecimento da humanidade demonstrada na Guerra Civil de Espanha, a população de Barrancos recebe, esta noite, em Mérida, a "Medalha da Extremadura", o galardão máximo desta região espanhola.

A cerimónia - que se realiza hoje às 21 horas, no Teatro Romano, na cidade extremenha - está englobada nas comemorações do Dia da Extremadura, que se celebra amanhã enaltecendo as "Bodas de Prata" do Estatuto de Autonomia da província.

A atribuição da Medalha da Extremadura surge como "reconhecimento pelo acolhimento, solidariedade, coragem e ajuda" que os barranquenhos prestaram aos refugiados da Extremadura durante a Guerra Civil espanhola.

"Pela primeira vez, uma entidade estrangeira é homenageada com tão elevado galardão", salienta o município alentejano, frisando que, através da atribuição da medalha, "a Junta da Extremadura reconhece o mérito do povo de Barrancos".

Em Barrancos, em 1936, no auge do conflito, funcionaram dois campos de concentração, nas herdades das Coitadinhas e Russianas, que albergaram 1020 cidadãos extremenhos republicanos, que acabaram por escapar da morte com a ajuda dos barranquenhos.

Em fuga do seu país, homens mulheres e crianças haveriam de ser recolhidos "em dois improvisados campos de refugiados". Posteriormente, e "à revelia do Estado Novo", em Moura, foram colocados em comboios e levados para Lisboa. Dali seguiram para Tarragona, uma zona espanhola republicana, no paquete "Niassa", recordou ao JN, António Tereno, presidente da Câmara Municipal de Barrancos.

A atribuição da medalha "não é apenas um gesto de agradecimento histórico a tão elevada acção de humanidade, verdade e justiça, é também um símbolo de união e amizade entre a Extremadura e Portugal", remata.

Ti Remédios, uma octagenária de Barrancos, lembra os tempos dessa solidariedade que salvou vidas. À Agência Lusa contou que lembra muito bem aqueles "coitados" que "vinham cheios de medo e fome fugindo dos rebeldes falangistas, que corriam atrás deles e os caçavam no mato como a coelhos".

Entende esta octagenária que o prémio é muito justo porque "o povo de Barrancos portou-se muito bem com os espanhóis".

A minha mãe contava-nos história de horror da guerra civil espanhola, que ela própria protagonizou e a forma "silenciosa", como os barranquenhos arranjaram, pondo em perigo as suas próprias vidas, para ajudar o povo espanhol que era colocado na fronteira sem o mínimo respeito pela dignidade humana, só porque não eram adeptos do franquismo.

Barrancos é uma terra raiana, perdida entre montes e vales, no Alentejo profundo, com a solidão e o esquecimento por companhia. Barrancos fica lá bem no fundo de nós mesmos vivendo de tradições e de memórias. É uma terra bonita, de gente boa, de coração aberto.

Barrancos está de parabéns assim como todos os barranquenhos.



2 comentários:

sideny disse...

Olá

Barrancos deve ser uma terra bonita.

Famosa pelas suas touradas, eu
é que nâo gosto de ver tourada.

bej

Mafy disse...

Hummm e os presuntos de lá ...
Isso é que sabem bem, naquelas tardes à fresquinha, sem stresses, no relax...

Pcchhhttt Mafalda ACORDA!!!

Bj grande Amiga
MMM