domingo, julho 26, 2009

Dia dos avós!!

Ainda o ano passado perguntava a mim próprio como seria ser avó!
Gostava de ser avó, dizia constantemente, deve ser muito fixe! E via com uma certa tristeza o passar dos anos e eu sem a sabedoria maior de ser avó!
De repente alguém me segredou!

VAIS SER AVÓ!!!

E hoje eu sou a AVÓ mais feliz do mundo com a minha pequena Marta


sexta-feira, julho 24, 2009

Parabéns Rui Pedro!

Hoje não ouve festa!

Hoje não ouve festa, Pedro
Pediste-me que não a fizesse.
Que não te sentias bem. Que sofres ainda.
Hoje não ouve festa, Pedro!
Momentos ouve neste dia, em que senti que a saudade apertou mais ainda no teu coração.
Uma lágrima teimosa bailou no teu olhar
e as lembranças doeram ainda mais
aí dentro do teu peito
.
Tens razão de sentir saudade, sente-se ainda a presença de quem partiu há tão pouco tempo.
Por isso hoje não ouve festa, Pedro

Um beijo de parabéns muito especial da mãe que te adora

quinta-feira, julho 23, 2009

H. Santa Maria - PISO 8 PNEUMOLOGIA/ONCOLOGIA


Quando o meu marido adoeceu, tive consciência de toda a burocracia que envolve os Hospitais portugueses mais concretamente o 8 piso de Pneumologia e Oncologia do Hospital de Santa Maria, fui-me também aos poucos apercebendo de toda a problemática que envolve o Serviço Nacional de Saúde português. Fui deixando recados aqui no meu blogue, a quem de direito, tendo eu consciência da sua pequenez, escrevi em momentos de grande revolta e impotência para resolver problemas mínimos, bastando por vezes boa vontade e humanidade, como tantas vezes aqui sublinhei. As leis podem não ser perfeitas, mas existem para nos reger e regem e depois basta uma pequena areia para encravar toda uma engrenagem. Burocracia criada por gente que não sente o mínimo respeito pelo seu semelhante. Mesmo perante o desespero e a angústia de quem sofre uma doença terminal, ficam implacáveis e cumprem o que eles acham que é o seu dever cumprir.

Lembro-me por exemplo, de um internamente marcado para um dia determinado e nós sem conseguir-mos encontrar quem leva-se o Rui para o Hospital, devido ao seu estado grave, porque não tínhamos um papel que autorizasse uma ambulância para o levar, depois, já com esse papel na mão, os bombeiros não o levaram porque tinha de ter sido pedido esse transporte na véspera! Noutra altura, o meu filho e o meu marido na porta do H. de Santa Maria a precisar de uma cadeira de rodas, o Pedro sem poder deixar o carro ali perto, o segurança não deixava. Só teria a cadeira de rodas depois de deixar o bilhete de identidade e ficar em “lista de espera” até aparecer uma cadeira, há poucas, disseram e tem de haver controlo. Depois de conseguir a cadeira, passou o pai para dentro do hospital e deixou-o lá sozinho para poder ir arrumar o carro. Eu não pude ir nesse dia, mas morri de aflição e indignação a muitos quilómetros de distância. O Rui ficou nesse mesmo dia internado e nunca mais saiu do Hospital. Como numa outra altura, já em final de vida do Rui, porque faltavam 3 minutos para o meio-dia não podemos entrar e tivemos de sair daquela sessão! Recordo uma outra vez em que o Rui teve de ir às urgências e que lá esteve mais de 8 horas em observação e lhe foi dado alta às 4,30h da manhã, sem transporte para o trazer, o caro é comercial e só tem 2 lugares, e nós sem dinheiro para o táxi!! Dor, humilhação, indignação!

Visto agora a esta distância até nos parece impossível ter acontecido. Situações absurdas, que de tão ridículas dá por vezes vontade de rir, não fosse a gravidade da situação.

No entanto quero sublinhar que nos últimos dias não faltou nada ao Rui, desde os médicos aos enfermeiros assim como o pessoal auxiliar, foram incansável tentando minorar o seu sofrimento e a nossa dor. Estou convencida que se o Rui estivesse em casa não seria melhor tratado.

Esta gente está habituado a lidar com a morte, raro era o dia em que um doente ali internado não partia e eles continuavam a fazer o seu serviço muitas vezes com uma lágrima a bailar no seu olhar e um sorriso nos lábios para nos dar a nós, família, a força que tantas vezes vai falhando. Também nos doí a nós, não pensem, dizia-me uma enfermeira, no seu abraço apertado de condolências.

Seria injusta e não ficaria bem com a minha consciência se não agradece-se a estes profissionais, do 8 piso do serviço de Pneumologia/Oncologia, do Hospital de Santa Maria, competentes trabalhadores de saúde pública no seu esforço, empenho, profissionalismo e amor pelo próximo.

A enfermagem é uma profissão que integra a ciência e a arte no cuidado do ser humano, com a finalidade de promover, manter e restaurar a saúde. É considerada arte e ciência de pessoas que cuidam de outras”!

Bem ajam!

domingo, julho 19, 2009

O Adeus!

Desde ontem que esperávamos um telefonema do Hospital! Eram mais ou menos 10 horas da manhã de hoje, dia 19 de Julho, soou o telefone e o pior confirmou-se. O Rui tinha partido. Ele lutou, sofreu e conscientemente se despediu de nós, ontem pela tarde. A mão que se despede no ar, no adeus eterno. Entre a dor e o sorriso, a vida foi-se apagando. Hoje é a saudade. Essa fica para sempre.
Até um dia Rui!