sexta-feira, setembro 18, 2009

Bombarral - Atropelamento de crianças!

Bombarral

Notícia do Correio da Manhã...

Todas as manhãs, Sandra Vieira percorria um quilómetro a pé na berma da estrada com os três filhos para levá-los à Escola Básica nº 1 do Bombarral. Ontem, assim que se pôs a caminho, pelas 08h40, um carro desgovernado saiu da estrada e atropelou duas das crianças: Maria Luísa, de sete anos, teve morte imediata; Ruben, de seis, ficou ferido ao ser projectado contra um muro. A mãe e o terceiro filho, Bruno, saíram ilesos do brutal acidente.

A família e os populares estão em choque e revoltados com a falta de segurança na EN 361, em Bom Vale, entre o Bombarral e a Lourinhã. "Passo aqui todos os dias e via esta mãe extremosa a levar os filhos pela berma, porque não há passeios. Se houvesse uma carrinha escolar que as transportasse nada disto tinha acontecido", lamenta João Baptista, um dos utentes da estrada. "Tem de haver acidentes e mortos para as coisas se resolverem", acrescentou.

À pouca aderência do piso, à base de seixo e alcatrão, juntou-se ontem outro factor importante: choveu e uma valeta entupida fez transbordar a água para a estrada, tornando-a escorregadia, o que, segundo fonte policial, terá motivado o despiste do carro.

Iva Margarida, de 47 anos, funcionária do Tribunal da Lourinhã, perdeu o controlo do Renault Scénic que conduzia numa curva a seguir a um túnel sob a A8 e acabou por atingir de frente Maria Luísa Vieira, que teve morte imediata. O seu irmão Ruben foi projectado contra uma parede e sofreu ferimentos no crânio, na cara e na mão esquerda. Foi transportado para o Hospital das Caldas da Rainha, devendo ter alta ainda hoje.

A outra criança, o Bruno, de 9 anos, também caiu, mas saiu ileso, tal como a sua mãe, de 35 anos. A condutora ficou em estado de choque e também recebeu assistência hospitalar.

O cadáver foi transportado para o Gabinete Médico-Legal de Torres Vedras, para ser autopsiado.

CONDUTORA VIA AS VÍTIMAS TODOS OS DIAS

"Tem a carta de condução há mais de 20 anos. Este foi o primeiro acidente, e tinha logo de ser assim", lamenta Manuel Rodrigues, marido da condutora, que seguia sozinha em direcção à Lourinhã para entrar ao serviço no tribunal às 09h00. "Perdeu o controlo do carro a seguir à curva, porque o piso estava escorregadio devido à chuva. Saiu da sua faixa de rodagem e tentou equilibrar o carro, voltando à sua mão, mas foi embater nas crianças, com as quais se cruzava todos os dias à mesma hora", explicou Manuel Rodrigues.

TRANSPORTE RECUSADO

"Fujam! Fujam!", gritou Sandra para os filhos. Mas a rapidez do despiste do Renaul Scénic impediu qualquer reacção das crianças. Segundo Paula Santos, tia das vítimas, Sandra contou-lhe que "se apercebeu de que o carro entrou em manobras descontroladas" mas a sua trajectória irregular não permitiu evitar os atropelamentos.

A familiar revelou que tinha sido feito um pedido para as crianças usufruírem de transporte escolar, já que a carrinha passa junto à sua casa mas "não pára porque não há mais crianças e não foi concedido o transporte". Paula Santos adianta que a estrada onde as crianças são obrigadas a circular "não tem passeios" e por isso "têm que ir na berma, junto à valeta". Por outro lado, "como não há lombas nem passadeiras, os carros passam nesse local a qualquer velocidade".

Minutos antes do acidente, o irmão mais velho das crianças atropeladas, Alexandre, de 12 anos, tinha saído de casa sozinho para ir para a escola. Como entra às 08h30, noutro estabelecimento de ensino, onde frequenta o 6º ano, saiu mais cedo de casa. Escapou ao acidente.

Luísa frequentava o 2.º ano na Escola Básica do 1.º Ciclo do Bombarral. Ruben anda no 1.º e Bruno no 3.º. A mãe é doméstica e o pai pedreiro em França. Emigrou há dois anos com um irmão"


Os meninos, ea Maria com 7 anos, Ruben com 6 e Bruno com 9, eram colegas de escola da minha neta e todos os dias nos cruzávamos neste princípio ainda tão curto de aulas. é com profunda tristeza e consternação que hoje de manhã o Bombarral se defrontou com esta notícia. A Maria era uma criança desenvolvida para a idade, viva, simpática e com o sentido de protecção dos mais pequenos. Não há palavras para comentar o que aconteceu!

Nenhum comentário: