sexta-feira, maio 08, 2009

Sem respostas!

Os dias continuam sem alteração para Ele. Dormir e deixar passar o tempo, sem tempo, sem reacção, sem disposição. Cada vez mais longe da realidade, confuso, sem dia nem noite. E sem norte para se orientar.

Hoje foi dia de banho. Ficou zangado. És má, disse, carrancudo. Sem mais palavras, amuado, voltou-se para um cantinho na cama, encolhido, indefeso. Ela não liga e continua o seu papel de "má da fita"! Arruma a cama, o quarto e encosta a janela. Assim ele fica no sossego do quarto envolto em penumbra. É assim que Ele quer ficar! E assim permanece até ser “incomodado” de novo nas horas das refeições e para nova medicação. Volta a adormecer como se há anos não o conseguisse fazer. Não há explicação médica para o que está a acontecer, os médicos não compreendem o comportamento dele. Desistiu de viver? De lutar? Que sabe ela. Fala com meio mundo e bate a muitas portas, para lhe darem alguma (pouca) informação clínica e levam-lhe dinheiro por isso. E fica ainda mais baralhada. Mais confusa.

Porque é que o Ele não reage? Problemas psicológicos, psiquiátricos??A consulta no Centro de Saúde ainda não a conseguiu. Mandam-na sempre ir de madrugada! Nem uma palavrinha ao médico de família consegue, mesmo com o relatório do Hospital de Santa Maria. Burocracia, antipatia, má vontade? Sabe lá ela! Não entende e está a ficar FARTA, desta falta de HUMANIDADE!!

12 comentários:

Anônimo disse...

Uma situação traumática provocada pelo subconsciente, pode ser a causa da sua forma de estar.

Talvez esteja a desistir.
Sente-se frustrado.
Não se sente com força - nem pode ter - e não reage.

Até quando te chama "má" é o subconsciente que lhe está a dar o recado.

Não te sintas culpada de coisa nenhuma.
Tens sido uma grande esposa e mulher.

Não abdiques da Fé e da Força.
Que acredito te comecem a faltar.

Conversa contigo.

Beijinhos

Elvira Carvalho disse...

FrankY, quando os doentes estão em sofrimento muitas vezes adoptam uma atitude agressiva com quem os trata. É uma forma do subsconsciente reagir ao medo que a doença provoca neles. É como se nos culpassem de estarem doentes e nós não estarmos. Não se sinta magoada.
Quanto aos médicos de família, nem sei que lhe diga. Tenho a mesma médica há trinta anos e não tenho razão de queixa. Se me sentir mal, e lá for - sem consulta - ela quase sempre me atende. diz-me para ir para casa e voltar a tal hora, normalmente a hora que espera acabar as consultas. E se não me atende nesse dia, marca-me para o dia seguinte.
Já com a médica dos meus pais, é um pavor. O meu pai saíu do hospital a 28 de Janeiro depois da amputação de uma perna, com uma carta para ela efectuar um domicílio e dar seguimento ao tratamento do doente. Fui lá com a carta e ela marcou o domícílio para 18 de Março. Já meu pai estava muito mal e internado no hospital. E depois ainda me telefonou a insultar-me porque eu não avisei e ela foi lá a casa, e ninguém lhe abriu a porta. Naquela altura eu já me lembrava lá que ela tinha marcado um domicilio para aquele dia. Meu pai estava a morrer.
Por isso eu penso que não tem a ver com o sistema em si mas com os profissionais que lá estão.
Um abraço apertadinho e muita força amiga.

Carecaloira disse...

Oferece-lhe a minha solidariedade.
E não desista, não é culpada de nada, normalmente descarregamos em quem mais amamos.

Continue a acreditar

Beijo grande
Marina

Anônimo disse...

Olá Franky, não leve a agressividade dele a peito, normalmente estes doentes reagem, dessa forma, pense que não é ele a falar.
Os médico já ponderaram a hipotese de ele estar com uma depressão, e daí o comportamento dele, isolando se, digo isto, porque no meio da luta, o meu pai entrou em depressão, comecei a vê lo decair, pensei este não é o meu pai.... fiquei de plantão no hospital até entrar a medica dele, ele concordou comigo, que talvez ele tivesse fcar deprimido, é normal esta situação acontecer, começou ser medicado e lá foi melhorando, a força dele voltou....
Franky, permita me que lhe diga uma coisa, quando estamos nestas andanças, nem sempre temos de ser politicamente correctos, tudo o que consegui de assistência para o meu pai, foi com muita luta, muita discussão e só para ter noção do meu desespero, cheguei a ameçar porrada a um segurança que não me queria deixar entrar e ir á procura da médica, quero com isto dizer, não aceite um não.... fique de plantão no centro de saude, a medica vai ter de falar consigo, nem que seja no corredor, não desista, quando lhe dizer que não é possivel.... tudo é possivel, depende da nossa garra... sei que a têm... use-a.
Não se incomode, se achar que até nem está a ser correcta, em situações extremas o que importa é o resultado... quero dizer que se tiver de dar dois gritos para ser ouvida.... dê três.
Continue com força.....
E não se esqueça, como dizia o meu pai.... " Em tempo de guerra, não se limpa armas... "
Beijos, estou por aqui.
Vanda

Franky disse...

Bom dia!
Não tenho tido muito tempo livre, por isso ainda não tinha tido um bocadinho para vir aqui agradecer e responder às vossas dicas e amizade.
É assim, eu não fiquei zangada nem aborrecida, quem me conhece bem sabe que eu levo a vida sempre a sorrir e quanto mais dura ela é, mais eu lhe tento dar a volta. Sem fraquezas, sem desistência. Mas por aqui o sorriso não se vê e eu por vezes não sei escolher as palavras adequadas para as respectivas situações.
O que se passa é que eu não estou a estender muito bem o que se passa com o meu marido.
A doença é grave, disso ninguém tem dúvidas, mas há ali, estou quase convencida disso, uma grande depressão. Ele já não estava a lidar muito bem com esta situação, sempre habituado a viver a vida a 200%, de repente está limitado a vive-la a50% e isso inconscientemente ele não quer. Ficou muito pior desde que teve uma conversa com a médica do hospital que lhe disse, preto no branco, as hipóteses que tinha de viver e a gravidade da doença em si. A intenção foi das melhores, mas neste caso não funcionou, fechou-se e recusou-se a viver nestas condições. Consegui arranjar uma psicóloga em Santa Maria, mas ele não vai, como é natural. Já consegui um antidepressivo e vou tentar ver se isso resolve um pouco a situação.
Aflige-me muito ver uma pessoa neste estado, agastada e desiludida, sem apego nenhum à vida. Mas como eu sou chata vou mover montanhas e conseguir alcançar pelo menos uma vida menos dura para ele e para mim consequentemente, claro. Prometo
Beijinhos a todos e uma boa semana

Jon disse...

Franky,
Um abraço cheio de força para ti e outro para o Rui.
E apesar de ser uma batalha dura, a ESPERANÇA é a última coisa a perder!
Beijinhos.

Anônimo disse...

Franky

Se me permites chamo-te a atenção de que qualquer anti-depressivo tem reacções por vezes estranhas.
É normal, contudo.

A depressão que o Rui apresenta surge na sequência da sua situação.
É ela (depressão) que o está a empurrar contra a parede.

Beijinhos

Franky disse...

Olá Jon

Recebi esses abraços. Obrigada amigo

Um beijinho

Franky disse...

Olá Observador

Pois esse é o meu receio, não é fácil lidar com uma depressão e com as suas consequências.
Mas para isso tenho o apoio de médico clínica geral e da psicóloga. Vamos ver se há mudanças significativas.
Um beijinho

Anônimo disse...

Passei só para lhe enviar um beijo cheio de força.
Vanda

Franky disse...

Beijinho recebido amiga Vanda, receba outro em troca e obrigada.
O Rui tem estado estes dois dias cheio de dores, nada as faz amainar!
Estamos sem dormir à duas noites, vamos ver o que nos espera hoje. É desesperante, não poder fazer nada.

Anônimo disse...

Linda Franky, é realmente desesperante, mas sabe uma coisa... aquilo que você pode fazer, já esta a fazer, estando aí, lado a lado, para o que der e vier, com a sua força.
Beijos para ti e abraço apertado para o Rui.
Vanda