Estes dois fins de semana foram calmos. Recuperam-se as forças, respira-se fundo e preparam-se para o que está para chegar. Ele está mais ansioso, perdeu o apetite e a vontade de viver. Não fala, não desabafa, cala-se e o silêncio chega a doer. Ela, conversa de mil e um assuntos, parvoíces, coisas sem importância, coisas banais da vida, mas vai falando, até lhe doer a voz, enchendo a casa de sons! Os dias vão passando e as recordações enchendo os momentos vazios. As preocupações do futuro ensombram as os dias deste casal que esperava tudo menos este presente envenenado.
A semana está a acabar e sexta feira será ditado o futuro próximo dele.
Mantêm a calm, a serenidade própria da idade, porque as experiências de vida ajudam alguma coisa nestes momentos. Esperam pelo começo dos tratamentos, esperam pelo resultado da biopsia e na esperança de que seja negativa. Esperam... esperam, porque ainda é muito cedo para desistir.
2 comentários:
Alguém aqui falou em desistir?
Mas essa palavra é proibida, Franky.
Vamos esperar pelo melhor resultado.
Sexta feira, não é?
Um beijinho
Desistir é morrer e isso é coisa que nós não queremos por enquanto! Mas que é difícil vencer tantas barreiras é uma verdade. Uns, com tanto dinheiro para fazer tudo o que lhes apetece, enquanto outros, não temos as mínimas condições de vida em questões de saúde pública. Isto arrasta-nos para um País cada vez com mais desigualdades sociais. Enquanto vamos rumando, com saúde, trabalhando no dia a dia, nada se nota, mas quando temos de parar por motivos de saúde e recorrer aos serviços de saúde público, aí vemos que não temos nada do nosso lado, sentimo-nos sós e abandonados. É cada um por si e quem tiver dinheiro para recorrer ao privado ainda se safa, os outros, vão morrendo aos poucos.
Beijinhos
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