domingo, fevereiro 20, 2011

Geração à Rasca!


Como dizem por aí, há agora uma geração à Rasca! Concordo em parte com eles, com alguns, com outros nem por isso! Estou com aqueles que querem vencer na vida, à custa do seu trabalho, sonham com um emprego estável, com ordenado fixo superior a 500€ por mês, sem recibos verdes ou empregos só à comissão! Estou com esta geração, aquela que sofre verdadeiramente, sem sonhos de cursos superiores à vista, sem cadeiras estofadas em grandes escritórios de advogados, de engenharia ou em grandes clínicas de luxo. Estou com os outros, os que não tem voz, os que querem ser simples electricistas, pedreiros, ladrilhadores, padeiros, vendedores, etc. Empregos menores hoje em dia, mas pelos quais mais se luta no nosso dia a dia.

A maioria dos nossos jovens não tem mais do que o 12º, aqueles que o têm, eles são os nossos filhos, os nossos netos, os nossos vizinhos, os nossos amigos! Os que tem de levar para casa o ordenado para o sustento da família, pagar a renda, a água, a luz, o gás, a escolas dos filhos, os impostos e tudo mais que este povo tem de pagar.

As obras estão paradas, a construção civil em crise. Os operários sem trabalho! Há fábricas a fechar quase todos os dias. As empresas pagam só à comissões, porque não podem pagar ordenados fixos. O vendedor desespera! Porque não se vende nada e chega-se ao fim do mês sem um tostão. Sofre-se calado, mastigando o desespero, a desilusão. Estão ficando sem sonhos, os nossos jovens. Sem esperança.

Este é o País real.

É esta a minha geração À RASCA!

4 comentários:

Guakjas disse...

Não acho que esta música (o texto tem a ver com isso) dos Deolinda (que por sinal considero ser das melhores coisinhas que apareceram no panorama musical Português) seja um hino de intervenção, mas sim uma “cabeçada” irónica aos formados actuais. A realidade é que somos um País pequeno com pouca produção e sobrelotado de Dr.s/Eng.os/Arq.os, não há lugar para todos e é no mínimo de mau senso acabar um curso e exigir imediatamente um emprego. Os meus Pais e certamente os Pais de muitos de vós, começaram a trabalhar em tenra idade e o seu salário/categoria ia subindo conforme iam ganhando experiência e conhecimento.

Quantos de nós, formados, que têm a sorte de arranjar um emprego logo após o período de formação, podem dizer que o conhecimento que possuem e a produção que apresentam justifica o salário que auferem?

Há excessos de licenciados para a mesma coisa! Uma carrada de advogados, uma carrada de professores, etc e querem todos emprego! Insustentável! A solução passa por fechar alguns cursos durante algum tempo e abrir vagas nas áreas que mais precisamos...É o que eu acho.

Franky disse...

É isso mesmo que eu penso em relação ao Deolinda, grupo músical que pessoalmente gosto muito. Mas não os confundo por exemplo com o Zeca Afonso, cantor de intervenção.
A realidade que nos rodeia é outra. Há muitos jovens que estão no desemprego, sem curso superior e sem conseguir encontrar um trabalho para deitar a mão. São jovens com idade entre os 30/40. E muitos com casa e famílias para sustentar. E neles ninguém fala. E o País precisa deles.
Cumprimentos

Anônimo disse...

A canção dos "Deolinda" é, para mim, mais uma manobra de diversão.
Não é, de forma alguma, uma cantiça de intervenção.
Apenas, e já escrevi isto "ene" vezes, de escárnio e mal dizer.

Não é por aqui que resolvemos, nem sequer ajudamos a resolver, os problemas que nos afligem.

E não é a geração que está "à rasca". É o País, o Povo, a Humanidade em geral, os Políticos sem cor, ou com todas as cores.

Nós quisemos esta democracia.
Aceitámo-la.
Saibamos dar a volta. Contribuamos para a melhoria que é urgente.
E não nos limitemos a ficar à espera que alguém o faça por nós.

Como diz o Pedro Abrunhosa, "vamos fazer o que ainda não foi feito".

Franky disse...

Todas as democracias contem erros, esta também os tem, depende de nós aceitá-los ou não. E este povo está a ficar muito pouco "activo". Uns porque estão bens, outros porque sim e só uma pequena percentagem é que está a ficar "lixada".
E concordo com o Pedro Abrunhosa, vamos lá fazer o que ainda não foi feito!