domingo, junho 28, 2009

Pausa!

12 comentários:

Anônimo disse...

Descansa mas não abuses.
Volta depressa.

Beijinhos

Vera disse...

Vá! Mas volte depressa...

São disse...

Beijinho

Franky disse...

Preciso descansar e repensar montes de coisas que de outra forma não consigo fazer. Preciso ter tempo, tempo para mim e para as minhas coisas.
Esta necessidade quase constante de reivindicar-mos os nossos direitos e a falta de quase tudo quando mais precisamos; cansa, desespera. Papeis e mais papeis, credenciais para tudo e para nada, desde que nos levantamos até nos deitar-mos tentamos ultrapassar burocracias. Pede aqui, entrega ali. A falta de humanidade e de sensibilidade que sentimos constantemente na pele, mata-nos a esperança aos poucos. A falta de simpatia, de respeito, desilude-nos. A constante procura de portarias para que a vida já tão difícil neste momento não se torne algo impossível de suportar, esgota-nos a paciência.
Esta idas e vindas diárias ao Hospital e a saúde do Rui cada vez mais frágil, têm-me deixado exausta.
Por isto tudo necessito "descansar".
Beijinhos

Anônimo disse...

Franky
Apesar da distância, se puder ser útil, cá estou.

Beijinho

Elvira Carvalho disse...

Descanse amiga, se puder. Sei o que é estarmos quase a cair de exaustão, e não conseguirmos fechar os olhos de preocupação.
Um abraço grande.

Franky disse...

Bom Dia Elvira e Observador!

É isso mesmo Elvira, cheguei a um cansaço extremo, a preocupação, as viagens, o estar lá com ele e não poder fazer nada, sempre à espera do pior. Sem esperança!
Há mais ou menos 4/5 dias esperamos o fim, a assistir a um sofrimento enorme sem podermos fazer nada. O maldito tumor atingiu em cheio o coração do Rui. O Pacemaker vai fazendo o seu trabalho e lentamente a vida vai-se esvaindo, como areia por entre os dedos. O Rui é uma sombra do que era à 5/6 meses atrás. Não anda, não se consegue mexer, não fala, não ouve. Não come. Já recebeu transfusões de sangue para combater a anemia extrema que o consome. Ainda não conseguiram descobrir qual a bactéria que apanhou no hospital e onde está localizada, se é bactéria o que o aflige, tenho as minhas dúvidas! Continua com fortes antibióticos. As dores são insuportáveis apesar de bem medicado com morfina. E... Todos os dias é mais um dia de luta pela vida que teima em lhe escapar.
Obrigada pela vossa companhia amigos, sabe bem vir aqui e "sentir" a vossa presença. Sempre que puder virei aqui responder às vossas mensagens o que agradeço de coração.
Eu não tenho tido cabeça para abrir tópicos e continuar a alimentar o blogue, pelo menos por enquanto. O ambiente daquele hospital e principalmente aquela enfermaria deixa-nos de rastos. Os doente entram " mais ou menos bem", e passados uns dias estão a definhar, parecem velhos de 100 anos! Não comem, ninguém lhes dá uma colher de sopa, ou o doce, ou lhes chega a água, a comida fica ali, horas a fio até que alguém a vem recolher. Começam a delirar com a fraqueza e a anemia acentua-se, estão extremamente magros, os seus rostos parecem talhados a cera. Dependem dos outros para continuar a viver. É impressionante e aflitivo. E nós sem podermos fazer nada para minorar um segundo que fosse da vida daqueles homens. Maldito tabaco, pensamos! Vidas que podiam continuar lá fora plenas de saúde, nos seus empregos, nas suas casas, perto de quem lhes quer bem, e definham sós na cama de um hospital qualquer, longe de tudo e de todos. Maldito Tabaco, continuo a dizer.

Anônimo disse...

Franky

O que dizer?
Não encontro palavras.

Apenas o desejo que TUDO corra pelo melhor.
Para o Rui (tanto sofrimento para quê?) e para ti.

Beijinho

Anônimo disse...

Li este blog desde o princio, e tenho pena de nâo o ter decoberto á mais tempo.

Queria lhe desejar toda a força, e coragem na luta que tem tido com o seu marido.

Fui operada a uma neoplasia do plumao ,só que o apanhei a tempo, e já lá vâo 6 anos sem nunca fazer quimioterapia.

beij

Franky disse...

Olá Anónima

Só quem vive de perto este drama, o compreende em cada momento, em cada palavra por vezes calada. O desgaste que sentimos ao assistir ao sofrimento, à perda de esperança, de personalidade, de mobilidade e até do conhecimento daqueles que amamos sem podermos fazer nada, é enorme. Nestes últimos dias, cada ida ao hospital torna-se para nós uma verdadeira amargura. Não é fácil para ninguém ver um familiar sofrer daquela maneira.
A caminhada do Rui está a chegar ao fim, lutou dia após dia, durante 7 longos meses desde o primeiro dia que teve conhecimento do mal que o afligia. Não o conseguiu vencer. Estava já demasiado avançado. Localizado num sítio péssimo. Se calhar porque não foi a tempo, porque não ligou aos primeiros sintomas que o seu corpo lhe enviou, porque nunca parou de fumar mesmo depois de saber que estava doente.
Ainda bem que a "anónima" conseguiu ir a tempo de salvar a sua vida. Agarre-a com todas as suas forças e viva o melhor que poder.
Obrigada pela força
Um beijinho

Anônimo disse...

Bom dia Franky, estive ausente a carregar baterias.
Ausentei também do computador, estava a precisar de uma pausa, esta cabeça já teve melhor dias e o corpo também.
Estive a ler o que se está a passar e sinceramente senti um pouco de remorsos de estar ausente, sem lhe deixar uma palavra, apesar de não saber se ela é assim tão importante como eu gostaria, mas fiquei com essa sensação de " falha".

Não sei as palavras que lhe poderei dizer, porque sei que neste momento nenhuma delas acalma a sua dor e desespero, mas quero que saiba, estou aqui.

Espero que tenha força e coragem.

Beijos muito grandes

Vanda

Franky disse...

Vanda, é um prazer para mim revê-la por aqui. Fez muito bem em arranjar uns dias e carregar baterias, eu estou a precisar do mesmo remédio mas por enquanto não me é possível.
Claro que não tem de ter remorsos pela sua ausência aqui no meu/nosso cantinho.
A saúde Rui piora de dia para dia, ou se nós por qualquer motivo não vamos ao Hospital no dia seguinte o seu estado piorou imenso.
Ontem tivemos um choque enorme o Rui tinha piorado muito durante a noite, está com respiração assistida e morfina induzida. Está por horas. A qualquer momento um telefonema pode mudar tudo.